quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Inverno

                                              A pior de nossas fomes

   Há muitas fomes neste mundo: fome de dignidade, de conhecimento, de confiança. Mas a mazela da sociedade ainda é a fome do corpo, que causa desnutrição e mata milhares todos os anos. Ela é tipificada como aberta e oculta.Esta faz menção a não ingestão das mínimas calorias diárias para a sobrevivência; aquela, é causada durante guerras ou desastres ecológicos.
   No século XXI, cheio de novas tecnologias, ainda persiste a fome oculta. Segundo a ONU, há mais 900 milhões de pessoas desnutridas no mundo. Os dados impressionam quando se constata que a produção de mundial de alimentos cresce a cada ano. Esta infeliz contradição só mostra o tamanho da desigualdade reinante.
   Essa desigualdade é expressa, ainda, no caso da concentração de terras, em que latifundiários detém uma parcela grande das áreas agricultáveis, sendo que, na maioria dos casos, elas não são exploradas. Com isso, se tais áreas fossem usadas pelos governos para a criação de cooperativas onde as pessoas produzissem para a subsistência e, organizados, vendessem o excedente; poderia, assim, se encontrar um meio para alimentar os tantos que vivem com fome.
   Na verdade, o que falta a essas pessoas é oportunidade. Falta a elas um trabalho digno, o qual possa lhes dar seu sustento. E falta ao mundo humanidade, pois, governantes que têm em seu poder uma nação, não podem deixar o povo morrer de fome. E a realidade é essa, como versou Ferreira Gullar: "Morrem quatro por minuto nesta América latina. Não conto os que morrem velhos, só os que a fome extermina(...)"

Larissa

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